terça-feira, maio 30

Receita para matar uma semente de amor

Matar uma semente é muito fácil. De amor então, nem se fala. É mais fácil do que a gente imagina, qualquer um pode fazer. Não precisa ser nenhum expert no assunto. É só ficar atento aos ingredientes e ser preciso nos tempos e nas quantidades de execução.

Sigam com rigor, não falha.

Ingredientes:
- 3 desatenções
- 1 perda de exclusividade
- 2 porções de cansaço
- ½ punhado de timidez
- 2 pedras de orgulho
- 1 indecisão

Distância e desinteresse a gosto.

Execução:
Plante a semente. Escolha o terreno certo e a estação adequada.
Trate-a com carinho. Dê-lhe água, sol e abrigo. Cuide bem para que ela germine com energia. Nas primeiras semanas, conte-lhe historietas bonitas. As sementes escutam.

Quando ela começar a crescer, mas antes de dar frutos, comece a adicionar, paulatinamente, todos os ingredientes da receita. Mas atenção! Tem que ser devagar, porque senão ela morre antes de te proporcionar a alegria de senti-la dependente de você.

Depois é só esperar. Quando todos os ingredientes tiverem sido utilizados e quando ela não mais tiver espaço para crescer, ela morre. Não precisa chorar. É uma morte gradual e serena, sem muito o que lamentar.

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3 Comments:

At 11:50 PM, Anonymous Anônimo said...

Qualquer semente já está morta e a sete palmos de terra antes de germinar. A surpresa, que não é uma supresa, é o que se espera, é que brote alguma coisa. Não são todas as que dão vida. O amor está a sete palmos de nascer, está no escuro do insonciente, mas não podemos desenterrá-lo. Temos que cuidar para que ele tenha chance. O resto é com ele.

abs,

 
At 12:34 AM, Blogger Bianca Sabatino said...

É verdade, toda semente já nasce enterrada... não tinha pensado por esse lado. "O amor está a sete palmos de nascer". Gostei!

 
At 10:02 AM, Anonymous Anônimo said...

Dá uma olhada no primeiro texto, de 04 de abril:
http://atosaleatorios.blogspot.com/2005_04_01_atosaleatorios_archive.html

Sei que vai achar uma certa paridade, apesar de o enfoque ser outro. Engraçada essa similaridade na linha de pensamento! Em todo caso, concordo com o amigo Carinha. Brilhante observação!

 

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