Triste Diário de Polinsky Salvatore
2º ato – a resposta do diário
Querido Polinsky,
Com todo respeito, vá para a Putchenka que te Parov ! Depois de anos te ouvindo em silêncio, hoje, de páginas abertas, eu me manifesto.
Manifesto minha profunda indignação com a sua postura fraca e inadequada. Você me diz que de umas semanas pra cá tem se sentido inerte, parado, sem voz. пожалуйста ! Isso não é de hoje, você sempre foi assim ! Fica buscando palavras bonitas e diversas para me dizer sempre a mesma koisa.
Valha-me Deus ! Eu, na condição de seu amigo diário e confidente, após 20 e tantos anos calado, sinto-me na obrigação de romper a barreira inesperada do impossível e falar. Espero que a surdez a que se referia, não tenha ainda atingido a sua consciência.
Vou tentar ir direto ao ponto, koisa que você não sabe fazer. Por que não aceita que sempre comete os mesmos erros e muda de uma vez ? Será medo, vergonha, orgulho ? O que acontece ? Você disse que sempre foi uma pessoa comunicativa e de boa expressão. Por que só utiliza essas habilidades para fins prosaicos ?
Você que gosta tanto das disputas automobilísticas, nunca parou para se perguntar por quê é o primeiro das pistas e na vida sempre chega atrasado ? De que adianta ser o número 1 do pódio se o troféu está sempre na mão de outro ?
Sinceramente, a minha humildade segura me força a afirmar que o seu mal chama-se "timidez de amor". Você é tímido e, por conseqüência, orgulhoso! Falha por não saber amar ou por não querer aprender. Sobra-te intenção e falta-te ação. Foge da mais antiga arte dos humanos e vem se esconder nessas linhas secretas e inanimadas...
E depois classificas o teu mundo de mudo. Mudo é você que conversa com um diário. Assim é fácil ! Quero ver ir lá e falar pra pessoas tudo que te incomoda e que te encanta.
Polinsky, друг, não fujas da briga de novo! Do contrário, o tempo vai passar e você vai ficar pra trás. Avance o sinal, ao menos agora...
continua...