Triste Diário de Polinsky Salvatore
4º ato – o retorno de Polinsky
Querido Diário,
Hoje volto. Volto às suas linhas silenciosas para compartilhar - eloqüente - meu estado de espírito depois do último ponto final. Após longo período de reclusão, angústia e porrada, a primeira coisa a dizer é que já percebo a evolução dos meus sentimentos e, ao mesmo tempo, a evolução da minha consciência sobre eles.
Acho que de alguma forma encontrei o remédio contra o mal que você sabiamente diagnosticou em mim. Aprendi (ou fui ensinado) que às vezes é melhor encarar as nossas verdades ao invés de ignorá-las. Não porque são verdades e sim porque são nossas. O mesmo se passa com as nossas mentiras.
Também aprendi que prefiro expressar meu sentimento a guardá-lo. O risco de sofrer é do mesmo tamanho que o de ser feliz. E soltar o sentimento para o mundo é uma ótima saída para aumentar as chances do segundo caso. Segui os seus conselhos. Fiz o que você fez. Gritei, berrei e expulsei o que sentia para me fazer entender.
Superei a inércia e, de uma vez, passei a tomar atitudes. No começo achei que seria tão improvável quanto um diário (que nasceu para ser escrito) escrever. Mas depois vi que tudo pode ser mais simples quando se é espontâneo e se sabe respeitar o ritmo natural dos eventos.
Hoje volto. Menos triste, mais aliviado e mais maduro. Hoje mudo. Menos mudo, mais decidido e melhor.
Metade Polinsky, metade Salvatore...
continua...